As velhas religiões e seus símbolos caíram na
clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando
gradualmente, durante séculos. As sociedades secretas de artesãos e eruditos,
que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus
estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de
trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinaria ligada ao
agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de
Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos
doutrinários orientais e neoplatônicos.
Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em
que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar
metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou
importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma
era de luz e desenvolvimento.
Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a
Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco),
significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como
uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco
partes em forma de cruz; o Homem Individual.
A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o
Homem Universal - dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um
mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto,
"o que está em cima é como o que está embaixo", como durante muito
tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais.
O pentagrama pitagórico - que se tornou, na Europa,
o de Hermes, gnóstico - já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento,
mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder.
Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos
para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc. No calendário de Tycho Brahe "Naturale Magicum
Perpetuum" (1582), novamente aparece a figura do pentagrama com um corpo
humano sobreposto, que foi associado aos elementos.
Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim),
contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura,
colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália)
da figura humana.
Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo
da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo. Mais
tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros
e conseqüentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o
espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo - o espírito
representado pela quinta essência (a "Quinta Essentia" dos
alquimistas e agnósticos).
Na Maçonaria, o homem microcósmico era associado
com o Pentalpha (a estrela de cinco pontas). O símbolo era usado entrelaçado e
perpendicular ao trono do mestre da loja. As propriedades e estruturas
geométricas do "Laço Infinito" foram simbolicamente incorporadas aos
72 graus do Compasso - o emblema maçônico da virtude e do dever.
Nenhuma ilustração conhecida associando o
pentagrama com o mal aparece até o Século XIX. Eliphas Levi (Alphonse Louis
Constant) ilustra o pentagrama vertical do homem microcósmico ao lado de um
pentagrama invertido, com a cabeça do bode de Baphomet (figura panteísta e
mágica do absoluto).
Em decorrência dessa ilustração e justaposição, a
figura do pentagrama, foi levada ao conceito do bem e do mal. Contra o
racionalismo do Século XVIII, sobreveio uma reação no Século XIX, com o
crescimento de um misticismo novo que muito deve à Santa Cabala, tradição
antiga do Judaísmo, que relaciona a cosmogonia de Deus e universo à moral e
verdades ocultas, e sua relação com o homem.
Não é tanto uma religião mas, sim, um sistema
filosófico de compreensão fundamentado num simbolismo numérico e alfabético,
relacionando palavras e conceitos.
Eliphas Levi foi um expositor profundo da
Cabala e instrumentou o caminho para a abertura de diversas lojas de tradição
hermética no ocidente: a "Ordem Temporale Orientalis" (OTO), a
"Ordem Hermética do Amanhecer Dourado" (Golden Dawn), a
"Sociedade Teosófica", os "Rosacruzes", e muitas outras,
inclusive as modernas Lojas e tradições da Maçonaria.
Levi, entre outras obras,
utilizou o Tarot como um poderoso sistema de imagens simbólicas, que se
relacionavam de perto com a Cabala.
Foi Levi também quem criou o Tetragrammaton - ou
seja, o pentagrama com inscrições cabalísticas, que exprime o domínio do
espírito sobre os elementos, e é por este signo que se invocavam, em rituais mágicos,
os silfos do ar, as salamandras do fogo, as ondinas da água e os gnomos da
terra ("Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi).
A Golden Dawn, em seu período áureo (de 1888 até o
começo da primeira guerra mundial), muito contribuiu para a disseminação das
raízes da Cabala Hermética moderna ao redor do mundo e, através de escritos e
trabalhos de vários de seus membros, principalmente Aleister Crowley, surgiram
algumas das idéias mais importantes da filosofia e da mágica da moderna Cabala.
Em torno de 1940, Gerald Gardner adotou o pentagrama vertical, como um símbolo
usado em Rituais pagãos.
Era também o pentagrama desenhado nos altares dos
rituais, simbolizando os três aspectos da deusa mais os dois aspectos do deus,
nascendo, então, a nova religião de Wicca.
Por volta de 1960, o pentagrama
retomou força como poderoso talismã, juntamente com o crescente interesse
popular em Bruxaria e Wicca, e a publicação de muitos livros (incluindo vários
romances) sobre o assunto, ocasionando uma decorrente reação da Igreja,
preocupada com esta nova força emergente.
Um dos aspectos extremos dessa reação
foi causado pelo estabelecimento do culto satânico - "A Igreja de
Satanás" - por Anton La Vay.
Fonte: Autor Desconhecido - Origem Desconhecida - retirado da internet - http://www.oldreligion.com.br/
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